quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Como realizar um Pré-Natal!



O acompanhamento pré-natal compreende a realização de consultas médicas durante a gravidez, nas quais o médico realiza a avaliação global da gestante e também do crescimento do bebê. Todas essas ações têm como objetivo detectar e tratar precocemente doenças ou condições que possam exercer efeitos danosos na saúde da mãe e/ou do bebê. O pré-natal de baixo risco consiste em 6 consultas de enfermagem, de preferência uma no primeiro trimestre; duas no segundo trimestre e três no terceiro trimestre de gestação.
A assistência pré-natal deve ser iniciada assim que a possibilidade de gravidez for considerada, geralmente devido a atraso menstrual. Quanto antes for iniciado o acompanhamento, melhores serão os resultados alcançados.
Na primeira consulta, o obstetra tem a oportunidade de realizar uma entrevista detalhada com a gestante, englobando vários aspectos. São questões a serem levantadas:


ü  História Clínica (Observar cartão da gestante):

·         Identificação:

o    Idade;
o    Cor;
o    Naturalidade;
o    Procedência;
o    Endereço Atual;
o    Unidade de Referência.

·         Dados Socioeconômicos:

o    Grau de Instrução;
o    Profissão/ocupação;
o    Situação Conjugal;
o    Número e idade de dependentes (avaliar sobrecarga de trabalho doméstico);
o    Renda Familiar Per Capita;
o    Pessoas da Família que Participam da Força de Trabalho;
o    Condições de Moradia (tipo, nº de cômodos);
o    Condições de saneamento (água, esgoto, coleta de lixo).

·         Motivos da Consulta:

o    Assinalar se foi encaminhada pelo agente comunitário ou se procurou diretamente a unidade;
o    Se existe alguma queixa que a fez procurar a unidade, descrevê-la.

·         Antecedentes familiares:

o    Hipertensão;
o    Diabetes;
o    Doenças Congênitas;
o    Gemelaridade;
o    Câncer de Mama;
o    Hanseníase;
o    Tuberculose e outros contatos domiciliares (anotar a doença e o grau de parentesco).

·         Antecedentes Pessoais:

o    Hipertensão arterial;
o    Cardiopatias;
o    Diabetes;
o    Doenças Renais Crônicas;
o    Anemia;
o    Transfusões de Sangue;
o    Doenças Neuropsíquicas;
o    Viroses (rubéola e herpes);
o    Cirurgia (tipo e data);
o    Alergias;
o    Hanseníase;
o    Tuberculose.

·         Antecedentes ginecológicos:

o    Ciclos menstruais (duração, intervalo e regularidade);
o    Uso de métodos anticoncepcionais (quais, por quanto tempo e motivo do abandono);
o     Infertilidade e esterilidade (tratamento);
o     Doenças sexualmente transmissíveis (tratamentos realizados, inclusive do parceiro);
o     Cirurgias ginecológicas (idade e motivo);
o     Mamas (alteração e tratamento);
o    Último Papanicolaou ou preventivo, data e resultado).

·         Antecedentes obstétricos:

o    Número de gestações (incluindo abortamentos, gravidez ectópica);
o    Número de partos (domiciliares, hospitalares, vaginais
o    Espontâneos, fórceps, cesáreas - indicações);
o    Número de abortamentos (espontâneos, provocados,
o    Complicados por infecções, curetagem pós-abortamento);
o    Número de filhos vivos;
o    Idade na primeira gestação;
o    Intervalo entre as gestações (em meses);
o    Intercorrência ou complicações em gestações anteriores (especificar);
o    Complicações nos puerpérios (descrever);
o    Histórias de aleitamentos anteriores (duração e motivo do desmame)

·         Gestação atual:

o    Data da última menstruação – DUM (anotar certeza ou dúvida);
o    Data provável do Parto - DPP;
o    Data da percepção dos primeiros movimentos fetais;
o    Sinais e sintomas na gestação em curso;
o    Medicamentos usados na gestação;
o    A gestação foi ou não desejada;
o    Hábitos: fumo (número de cigarros/dia), álcool e uso de drogas ilícitas;
o    Ocupação habitual (esforço físico intenso, exposição a agentes
químicos e físicos potencialmente nocivos, estresse).


ü  Exame Físico

·         Geral:

o    Determinação do peso e avaliação do estado nutricional da gestante;
o    Medida e estatura;
o    Determinar freqüência cardíaca;
o    Medida da temperatura axilar;
o    Medida da pressão arterial;
o    Inspeção da pele e das mucosas;
o    Palpação da tireóide;
o    Ausculta cardiopulmonar;
o    Exame do abdome;
o    Pesquisa de edema (face, tronco, membros).

·         Específico: gineco-obstétrico:

o    Exame de mamas (orientado, também, para o aleitamento materno);
o    Medida da altura uterina;
o    Ausculta dos batimentos cardiofetais (BCF) com auxílio do Sonar Doppler na 12ª semana e após a 16ª semana com Pinard).
o    Identificação da situação e apresentação fetal (3º trimestre) fazendo a manobra de Leopoldo que se divide em 4 tempos: o primeiro tempo delimitando a altura de fundo uterino, o segundo verificando a situação e posição fetal, o terceira verificando a apresentação fetal e o 4 tempo a escavação pélvica.

A mulher deve realizar vários exames laboratoriais que tem o objetivo de detectar qualquer alteração ou doença que possa acometer a criança ou comprometer o seu desenvolvimento no útero. Os exames realizados, geralmente, são os seguintes:


o    Grupo sanguíneo e fator Rh (ABO-Rh): importante porque se a mãe for Rh negativo e a criança Rh positivo (caso o pai seja Rh positivo), pode ocorrer uma incompatibilidade sanguínea que leva à destruição das células vermelhas do feto, podendo levar à sua morte antes mesmo do nascimento. Esse exame deve ser realizado na primeira consulta.

o    Hb/Ht (Hemoglobina/Hematrócrito): Esse exame verificará se a gestante tem ou não anemia, que pode ser de dois tipos: ferropriva e megaloblasta. Esse exame deve ser realizado na primeira consulta.

o    Glicemia de jejum: para avaliação da presença de Diabetes Mellitus. Esse exame deve ser realizado na primeira consulta e na trigésima semana de gestação.

o    Anti-HIV: Para municípios com mais de 50.000 habitantes faz-se a oferta de testagem Anti-HIV para detectar a infecção por esse vírus (vírus da AIDS). Isso é importante porque existem medicamentos que se utilizados de maneira correta e no momento certo podem reduzir bastante o risco de transmissão do vírus para o bebê. Com um exame na primeira consulta.

o    VDRL (Exame de sífilis): essa doença é causada por uma bactéria e pode ser transmitida ao bebê, podendo causar malformações. Esse exame deve ser realizado na primeira consulta e na trigésima semana de gestação.

o    Sumario de Urina: para detectar infecção urinária. A ocorrência de infecção urinária, durante a gestação, pode aumentar o risco de parto prematuro e de infecções mais graves (como a renal). Esse exame deve ser realizado na primeira consulta e na trigésima semana de gestação.

o    Ultra-sonografia (USG): A ultra-sonografia obstétrica é, indiscutivelmente, aquela que mais diagnostica as malformações, tanto doenças genéticas quanto não-genéticas e, por esse motivo, aliado ao seu baixo custo e à sua característica não invasiva, deve ser incentivada e priorizada no diagnóstico pré-natal, porém, a sua não realização não constitui omissão nem diminui a qualidade do pré-natal. 










·         Referências:

o    MINISTÉRIO DA SAÚDE. Assistência Pré-Natal, Manual Técnico, Ministério da Saúde. Brasília-DF, 2000. 



ü  Autores:

o    Bárbara Hana, Daniella Salgado, Edvaldo Leopoldo, Iuranna Vieira, Jéssica Negreiro, Júlia Raquel, Marina Coelho, Natália Lima, Tâmara Carolinne.

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